Vez
por outra ouvimos o clichê: “Você não pode levar isso com você!” A
implicação é que no dia que deixarmos esta vida, não levaremos malas
cheias com os nossos pertences. Nenhum caminhão de mudança seguirá atrás
do carro funerário. Após a morte de um empresário rico,
internacionalmente famoso, quando perguntado sobre quanto ele havia
deixado, o porta-voz da companhia acertadamente respondeu: “Tudo!”
O
estranho, porém, é que geralmente não agimos de acordo com esta
verdade. Muitos acumulam tantas coisas materiais quantas permitem seus
ganhos. Para algumas pessoas isso significa várias casas, inúmeros
carros, armários cheios de roupas que dariam para vestir aldeias
inteiras nos países do terceiro mundo, férias dispendiosas, aparelhos e
dispositivos suficientes para preencher vários períodos de vida. Nós
nos afligimos com portfólios de investimento, agoniamos quando o retorno
cai e nos regozijamos (temporariamente) quando ele se eleva.
Contudo,
depois do último suspiro, tudo o que acumulamos fica para trás, talvez
para membros da família e entes queridos, ou até mesmo para o governo
sob a forma de imposto sobre herança. Assim, se na realidade não podemos
levar essas coisas conosco, por que o nosso comportamento leva a pensar
o contrário?
Isto
não quer dizer que coisas materiais – tevês, celulares, computadores,
casas, veículos de transporte, camisas, calças, saias, livros, barcos,
até mesmo bolas de boliche – sejam ruins. Porém, se elas exigem nossa
total atenção e dedicação, seria bom reexaminarmos nossas prioridades e
paixões. Na Bíblia, encontramos uma perspectiva decididamente diferente
sobre “coisas”, que vale a pena considerar.
As posses materiais são um senhor fraco.
Nós podemos usar as coisas que possuímos como ferramentas, ou servos,
que nos capacitam a fazer as boas coisas que temos a oportunidade de
fazer. Caso contrário, elas podem se transformar em objetos de adoração,
consumindo nosso tempo, talento e energia. Jesus disse: “Ninguém pode
servir a dois senhores; pois odiará um e amará o outro, ou se dedicará a
um e desprezará o outro. Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro!”
(Mateus 6:24).
As posses materiais exigem nossa afeição.
Ter bastante dinheiro em nossa conta bancária não é ruim, a menos que
tenhamos problemas em definir o que é “bastante”. Pessoas demais, porém,
têm sido impelidas por suas obsessões por saldos bancários e resultados
financeiros, às custas das pessoas ao seu redor. Essa é uma das razões
pela qual Jesus disse: “Não acumulem para vocês tesouros na terra, onde a
traça e a ferrugem destroem, e onde os ladrões arrombam e furtam. Mas
acumulem para vocês tesouros nos céus, onde a traça e a ferrugem não
destroem, e onde os ladrões não arrombam nem furtam. Pois onde estiver o
seu tesouro, aí também estará o seu coração.” (Mateus 6:19-21). O que
Ele quis dizer com “tesouros nos céus”?
As posses materiais nunca são o bastante.
Quantas pessoas você conheceu que afirmaram sinceramente: “Tenho tudo o
que preciso. Eu nunca desejo mais alguma coisa.”? Provavelmente não
foram muitas pessoas, se é que houve alguma. Em resposta à pergunta:
“Quanto é o bastante?”, a maioria de nós, se formos honestos,
responderia: “Só mais um pouquinho.” Sobre esse assunto o rei de Israel,
Salomão, reputado como o homem mais sábio que já viveu, escreveu: “Quem
ama o dinheiro jamais terá o suficiente; quem ama as riquezas jamais
ficará satisfeito com os seus rendimentos... Quando aumentam os bens,
também aumentam os que os consomem. E que benefícios trazem os bens a
quem os possui, senão dar um pouco de alegria aos seus olhos?... O homem
sai nu do ventre de sua mãe, e como vem, assim vai. De todo o trabalho
em que se esforçou nada levará consigo.” (Eclesiastes 5:10-15).
Por: Roberto Tamasy